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Silvério Duque
Silvério Duque, é um feirense de 31 anos, do signo de áries, cavalo no zodíaco chinês, dedicado as artes, em especial a música e a poesia, que convicto de suas escolhas, assim se define: "sou poeta, nasci em Feira de Santana, aos 31 de março 1978. Sou licenciado em Letras Vernáculos, pela Universidade Estadual de Feira de Santana. Além da poesia, assumo as atividades de músico, clarinetista, já coordenei a Escola de Música da Sociedade Filarmônica Euterpe Feirense, aliás, as bases de minha formação musical advém das Filarmônicas; sou professor, crítico literário, escrevi e escrevo para vários jornais e revistas e sou autor de dois livros de poesia O crânio dos Peixes, ( Ed MAC, 2002 ) e Baladas e outros aportes de viagem, ( Edições Pirapuama, 2006 ). Meu próximo livro, Ciranda de Sombras, está no prelo.", no seu blogger, onde publica seus poemas e onde realiza sua críticas, ou como ele próprio diz suas "...considerações sobre a Arte e, principalmente, Literatura, as quais, obviamente, estão sujeitas às mais diversas críticas que serão devidamente aceitas, desde que feitas com inteligência, elegância e respeito." Silvério Duque, ainda no seu perfil disponibiliza todo o material de seu blogger, contanto que o credito seja dado a transcrição do trabalho.
 
O que Silvério Duque não pode falar de si ou do seu trabalho, é da competência e abnegação que ele demonstra quando executa uma canção no seu clarinete ou na sua gaita, ou na sensibilidade que ele coloca em seus versos, o que faz merecer o acompanhamento do blogger do artista para entender seu trabalho e suas escolhas.
 
SILVÉRIO DUQUE
Por amigos...
 
A ESCRITURA DE SILVÉRIO
por Ildásio Tavares*
Um dos momentos cruciais da formação do povo de Israel é quando Jacó assume a pole position, num golpe de mestre que começa com Esaú vendendo-lhe a primogenitura por um prato de lentilhas. Este factóide diz – de pronto – alguma coisa do temperamento e personalidade de ambos. Do imediatismo e gula de Esaú, da sagacidade de Jacó. Mais tarde, esta cessão da primogenitura tem que ser ratificada pelo pai de ambos, Isaac, que teria de dar sua bênção. Aí, Jacó se vale de outro estratagema. Como Isaac estivesse meio cego, Jacó seria apalpado. Esaú era muito peludo e então, Jacó se veste com a pele de um animal e assim consegue se fazer passar pelo irmão que lhe tinha concedido seus direitos.
 
Ao nomear este belo livro de sonetos finamente escandidos de A Pele de Esaú, quero crer que Silvério Duque tivesse se inspirado neste episódio, ainda mais que coloca a epígrafe da passagem em que o Senhor adverte Esaú que começava a querer-se rebelar, mas que finda por se afastar e criar seu próprio povo longe das doze tribos de Jacó que viriam a formar o reino de Israel. Esaú tinha sido tolo, contudo, era forte e também contava com as bênçãos de Deus. Vinha de uma linhagem cuidadosamente selecionada de Abraão e Sara, para Rebeca e Isaac e que desaguaria nos 12 filhos que Jacó teria com Zilpah, Bilhah, Lia e Raquel, formando o povo eleito, o povo de Israel, até hoje vivo.
 
Neste meridiano da perda e da rejeição, na figura de um Esaú destituído de seu destino, Silvério elabora uma intricada associação de sentimento e pensamento, buscando a verticalidade de personagens que se multiplicam porque se querem fundir em um só. Afinal, o drama de degredo e aparte que sofre Esaú é de todo ser humano, anjo caído, que um dia se apartou da presença de Deus. E toda odisséia que Esaú tem que executar na busca de si mesmo pode-se configurar em seus aspectos trágicos e cada poema deste livro, pois, discorre sobre um jaez da personalidade humana com este suporte analógico, na verdade.
 
Mais do que o simples discorrer lírico, em que o poeta se exprime de dentro pra fora, este livro encarna um processo dialógico e dialético em que o poeta entra e sai no personagem e extrai daí o seu significado, num trâmite de intersubjetividade. Esta atitude reforça os aspectos dramáticos do poema e, ao dar voz aos personagens, torna o contexto mais efetivo. Destarte se estabelece um fio condutor que vem conferir unidade ao texto. Aliás, o livro todo é muito bem organizado, com um exato rigor de expressão e de ordenação, todo ele muito coeso, em suas partes, em suas divisões, o que consiste, em verdade, uma cortesia para com o leitor.
 
Do ponto de vista formal, o livro é impecável. Depois dos primeiros originais, eu recebi mais duas emendas do autor, provando que há um critério e disciplina no sentido do apuro textual, algo que considero fundamental.
 
Tenho visto inúmeros textos de aspirantes a poetas que não se dão conta que a poesia é a mais perfeita das artes. Apresentam-me, na verdade, um rascunho. Mesmo alguns poetas ditos consagrados mostram-me textos sintaticamente imperfeitos e inçados de cacofonias – poesia é a redação mais elevada. Silvério sabe disto e passa a limpo várias vezes seu texto. Respeita e venera a redação de sua poesia. Por isso pode pôr conflitos no papel com efetividade... Por isso é poeta.
* O baiano Ildásio Marques Tavares é poeta, ficcionista, dramaturgo e jornalista. Segundo nota de Assis Brasil, em A poesia baiana do século XX, pertence à geração Revista da Bahia, juntamente com Cyro de Mattos, Fernando Batinga de Mendonça, Marcos Santarrita, Alberto Silva. Estes, e mais José Carlos Capinam, Ruy Espinheira Filho, Adelmo Oliveira, José de Oliveira Falcón, Carlos Falck, Maria da Conceição Paranhos entre outros "formam um panorama fecundo e variado" a partir da década de 60. Possui vários livros publicados, como Imago, Ditado, O canto do homem cotidiano, Tapete do tempo, Poemas seletos, Livro de salmos, IX Sonetos da Inconfidência, Lídia de Oxum, O amor é um pássaro selvagem, O domador de mulheres, A arte de traduzir... entre outros. É ganhador, entre tantos prêmios, do Leonard Ross Klein, de tradução; do Afrânio Peixoto, de ensaio; do Fernando Chinaglia, de poesia; e do prêmio nacional do centenário de Jorge de Lima. É bacharel em Direito e licenciado em Letras pela Universidade Federal da Bahia; mestre pela Southem Illinois University; doutor pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; pós-doutor pela Universidade de Lisboa. Seu trabalho como jornalista compreende participação em vários periódicos, entre os quais, Diário de Notícias, Jornal da Cidade, A Tarde e Tribuna da Bahia. Membro praticante do candomblé, foi consagrado Ogan Omi L’arê, na casa de Oxum, e Obá Arê, na casa de Xangô e no Axé Opô Afonjá. Desde 1989 é cidadão da cidade de Salvador
 
DUAS PALAVRAS SOBRE SILVÉRIO DUQUE
por Gustavo Felicíssimo*
Creio na existência de dois tipos de leituras: a erudita, revelada por autores preocupados em dar ao texto um valor de interesse fundamental; e a vacilante, que engloba as leituras que proporcionam intelecção abstrata, não conferindo nenhuma sacralidade à obra lida. Certamente os poemas deste A pele de Esaú, de Silvério Duque, se inserem dentre aquelas do primeiro tipo, pois foram baseados em uma narrativa bíblica antiqüíssima (sobre a qual Ildásio Tavares discorre muito bem no prefácio da obra), fonte de enigma e sabedoria.
 
Vale lembrar que nada na trajetória humana foi capaz de inspirar tantas obras de arte, tantos artistas, nas mais diferentes latitudes e longitudes do mundo ocidental, do que a Bíblia. Levando-se em conta que o Livro Sagrado do Cristianismo está no centro da nossa civilização, estranho seria se não fosse assim. E foram muitos os poetas que nela ou no cristianismo se inspiraram, com interesses e motivos vários, de diversas estirpes e épocas distintas, como Camões ou Bruno Tolentino, de quem se pode ouvir o eco na poesia de Silvério Duque, passando por Antero de Quental e Jorge de Lima, até encontrarmos o frescor de A pele de Esaú, uma obra dada ao leitor contemplativo, pois favorece a um recolhimento que possa proporcionar a reflexão adequada em relação ao universo circundante à obra.
 
Após ler os primeiros poemas deste livro percebi claramente que não se tratava de um compêndio qualquer de poesia, mas de uma obra refinada, alquímica, tecida com engenho e arte, em que o poeta apresenta-nos uma alternância riquíssima de perspectivas e expressões dramáticas do contrário, bem diversa e não apenas catártica, resultando em um canto verdadeiro, uma unidade e uma realidade concreta, não apenas a história evocada, objeto de meditação, mas os dramas pessoais do autor, suas vicissitudes, sonhos e desilusão. Enfim, uma obra muito superior ao que nos vem sendo apresentado pela maioria dos nossos contemporâneos.
 
Se pudesse resumir A pele de Esaú em uma única palavra, eu diria: inefável!
 
*Gustavo Felicíssimo, Poeta e ensaísta, Gustavo Felicíssimo, 1971, é natural de Marília, interior de São Paulo, radicando-se na Bahia a partir de 1993. Vive desde janeiro de 2007 entre Itabuna e Ilhéus.
Poeta e ensaísta, tem extensa participação na imprensa baiana e sites brasileiros especializados em literatura. Publicou “Diálogos – Panorama da nova poesia grapiúna, 2009, Editus/Via Litterarum.
Fundou, juntamente com outros escritores, o tablóide literário SOPA, em Salvador, do qual foi seu editor. Atua como preparador de textos para editoras e poetas, tendo colaborado para a publicação dos livros: “Firmino Rocha: poemas escolhidos e inéditos”, Via Litterarum, 2008; “Plínio de Almeida, obra reunida”, Editus, 2009, e “Rascunhos do absurdo”, de Jorge Elias Neto, no prelo.
Edita o blog Sopa de Poesia, onde publica poemas e ensaios, cujo endereço virtual é:
www.sopadepoesia.blogspot.com
 
SILVÉRIO DUQUE
* Idade: 31
* Sexo: Masculino
* Signo astrológico: Áries
* Ano do zodíaco: Cavalo
* Atividade: Artes
* Profissão: Professor
* Local: Feira de Santana, Bahia, Bradil.


(POEMAS DO LIVRO "A PELE DE ESAÚ")

Que sabes tu dos frutos, das sementes,
da dureza das flores contra o vento?
A aurora vem tragar a noite espessa
de onde brotou, sem dores, o teu grito.

Se a afirmação do amor nos aborrece,
morrer é mera vocação dos vivos,
pois, no morrer de tudo, há um recomeço.
Não queiras mal ao tempo ou ao espanto;

não queiras mal ao grão, à terra escura...
Que sabes tu das trevas ou da carne?
Que sabes tu das noites, dos princípios?

Hoje, é chegado o tempo dos retornos
e toda forma espera o seu ofício
como o vaso existente em todo barro.


...uma Canção de amor, para Lucifrance Castro

Teu sorriso, na foto, envelheceu –
envelhecemos juntos... Tudo passa:
o que se achou perdido entre a gaveta
e os sonhos, as carícias no teu rosto,

a noite derramando-se em ternura
e sono, o amanhecer que partilhamos...
Tudo passa; até mesmo a tua ausência
e a saudade que trago de quem somos.

Mas, mesmo na saudade, há dor e abrigo;
vontade de ficar e desespero.
O teu sorriso envelheceu comigo,

e, eternamente, se entrelaça em mim,
pois, contra o tempo que nos aniquila,
há a persistência viva das lembranças.

Candeias, 13 de dezembro de 2009.


( penso no fogo e o fim de tudo
é pesado sobre os meus ombros
e, entre os silêncios mais esplêndidos
perdi meu nome... achei escombros

a vida, este sopro entre as cinzas
onde, na dor, Tu te divisas

vai se acabando, tudo passa
e o que deixarei para trás
não importa, tudo é ilusão

mas a alma, em vão, vê e deseja
a oração do tempo e esta igreja... )

tudo é tão terrível, Senhor
estes silêncios colhendo as orações e os frutos
a temeridade presente na Beleza
a navalha despertando a carne
o coração que bate
o pulso aberto
este morrer de tantas coisas
a indagação da Eternidade
a dúvida
o chão
a chuva
o barro paciente
o vazo que em todo barro existe
o oleiro
o instante fugaz como
todo instante
o instante fugaz como tudo
a noite
as estrelas
o dia sem nuvens
o corpo
o outro corpo
o espaço
a medida
o campo
as reses
a vida a brotar da morte de toda semente
o mover de tudo
o musgo
os muros
ainda que eu veja tudo
e esteja em tudo
toda mentira me é pouca
o passado
o porvir
a dor que trago agora
o peito
o braço
o olho
o sexo
os pés
o mar
o céu
( mas entre o mar e o céu o abraço insano )
o mar
o céu
( dois infinitos que no Azul se inflamam )
o mar
e o céu
( este mútuo espelhar entre os eternos )
as estrelas no espaço
tristes
o afastamento
o encontro
o martírio
o amor
a renúncia
o Minotauro
a falsa fé de Minos
as asas de Ícaro
Pasifae
o Touro
o Labirinto
o muito perder-se de Dédalos
a Esfinge
o enigma
o precipício
( esta mulher, Senhor
meu naufragar em seu corpo
o seu cheiro
a sua carne
o seu delírio
o suor
o gozo
as entranhas
toda ela e tudo... )

E sempre, em meu olhar, o mesmo rosto,
a mesma noite, o mesmo labirinto.
O anjo que eu vi cair, já recomposto,
evola-se na luz – Eu não o pressinto...?

Avistei-o, através deste sol-posto,
sob o livor da morte e meus instintos,
ardente e triste sobre os céus de agosto
como as coisas que vi e agora sinto,

pois maior é o Mistério à minha frente.
( Nesse vento indo e vindo pelas portas,
eu penso em Deus e nada está ausente... )

– Somos memória e a morte a todos corta,
meu irmão Esaú precito e crente,
mas só a visão de Deus é o que te importa.


Candeias, 01 de fevereiro de 2010.


A PELE DE ESAÚ
 
Silvério Duque, é um poeta feirense, abnegado ao que faz e, que pela sua competência, já goza de elevado conceito entre seus pares, e todos os experts em literatura que da sua obra tomam conhecimento. O Viva Feira, ao conhecer o trabalho deste poeta, passou a acompanhar seu blog e, inclusive, abriu uma coluna para publicar seu trabalho e noticiar o desenvolvimento de seus poemas e críticas literárias para o conhecimento de Feira de Santana. No dia 06 de maio às 20:00, no CUCA, Silvério Duque lançou  seu mais novo trabalho, denominado "A pele de Esaú", o que foi um presente para atual literatura brasileira. Na matéria "A ESCRITURA DE SILVÉRIO" de Ildásio Tavares, renomado poeta, ficcionista, dramaturgo e jornalista baiano, com prestígio nacional, Silvério Duque, "...pode pôr conflitos no papel com efetividade... Por isso é poeta." e, no entendimento de Gustavo Felicíssimo, poeta e ensaísta paulista, radicado na Bahia, afirma: "Se pudesse resumir A pele de Esaú em uma única palavra, eu diria: inefável!" Nos do Viva Feira que acompanhamos o desenvolvimento do trabalho de Silvério Duque, concordamos com a afirmação dos literatos em gênero número e grau.

 




POETA SILVÉRIO DUQUE

UM “PASSEIO” COM KAREEN MENDES


Publicado em: 11/12/2013 - 23:12:33



 


 

 

 

Amigos,

Gostaria de pedir-lhes um favor, mas um favor muito mais a vocês mesmos: assistam e escutem ao clipe da música “Passeio”, de meus amigos Deivisson Leão e Gabriel Ferreira Ferreira, interpretada pela belíssima Kareen Mendes. É ó clicar aqui: http://www.youtube.com/watch?v=d1VA1HqVQ6A

 

As gravações foram realizadas na histórica cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano, as margens do rio Paraguaçu, com direção de Rick Van Pelt. 

 

A música “Passeio” está presente no CD de mesmo nome, que será apresentado ao público no próximo dia 13, a partir das 20 horas, na Casa da Cultura, em Cruz das Almas e no dia 18, no Bar Jeca Total, em Feira de Santana.

 


Esta moça, meus amigos, faz-me encher o coração de esperança – coração, às vezes, muito amargo, diga-se – para com nossa música brasileira contemporânea. Kareen nos devolve aquela força rítmica, aliada à doçura vocal que só a Bahia poderia produzir em seus tempos mais frutíferos. Ela empresta a esta música sua voz, seu corpo e sua alma (e que voz, que corpo e que alma... registre-se) à palheta de cores melódicas e harmônicas que só poderiam advir de um grande músico de formação, como o amigo Deivisson, e de um artista plástico (e músico) do gabarito de Gabriel Ferreira, abençoando-nos com uma música popular de excelente qualidade e que nos deixa tão saudosos do tempo que composições assim não representavam exceções à regra.

 

Espero, amigos, sinceramente, que vocês tenham dessa música e da interpretação da Kareen - Página a mesma impressão de redescoberta que tive e saibam que vocês ainda ouviram muito o seu nome, pois me parece, que Kareen não está aqui só de “passeio” (rsrsrs)...

 

 

 

A música “Passeio” está presente no CD de mesmo nome, que será apresentado ao público no próximo dia 13, a partir das 20 horas, na Casa da Cultura, em Cruz das Almas e no dia 18, no Bar Jeca Total, em Feira de Santana.



 

 

 

Ficha técnica:

Música: Passeio
Composição:
 Gabriel Ferreira e Deivisson Leão
Interpretação:
 Kareen Mendes
Direção do clipe:
 Rick Van Pelt
Locações:
 Cachoeira – Bahia
Produção:
 Kareen Mendes e Rick Van Pelt

 



Fonte:







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