menu
-Agenda Cultural
-Restaurantes
-Teatros
-Museus
-Comentários
-Fale conosco
-Política de Privacidade
-Utilidade Pública
-Links Feirense
-Artes Cênicas
-Artes Visuais
-Artesanato
-Bandas
-Literatura
-Músicos
ENTRETENIMENTO
-Cinema
-Arquivo de Eventos
-Festival Vozes da Terra
-Festival Gospel 2010
-Natal na Praça 2010
-Micareta 2011
-Últimos Eventos
-Radio Viva Feira
-TV Viva Feira
-Videos Viva Feira
COLUNISTAS
-Alberto Peixoto
-Emanoel Freitas
-Luís Pimentel
-Raymundo Luiz Lopes
-Sandro Penelú
 
 
 
DEDICATÓRIAS


Publicado em: 18/01/2024 - 16:01:51
Fonte: Luís Pimentel


     Um amigo, grande poeta, lançou livro e teve a honra de contar com a presença ilustre de Millôr Fernandes.
     Tascou lá:
     “Ao Millôr, com quem muito aprendi.”
     O genial humorista, cartunista, escritor, pensador, tradutor e dramaturgo leu a dedicatória ali mesmo e comentou:
     – Não aprendeu não.
     O poeta ficou a noite toda com a pulga atrás da orelha. Não sossegou enquanto não tirou satisfação:
     – Desculpe, mas o que você quis dizer com “Não aprendeu não”?
     E Millôr, sorrindo:
     – Quis dizer que não tenho o que ensiná-lo, pois não sou poeta. Você, sim, é poeta e dos bons!
     Ufa! Que alívio.


+++


     O cartunista Jaguar lançou um livro de crônicas, “Confesso que bebi”, e fez lançamento no bar Bracarense, no Rio de Janeiro.
     Para não encarar a fila de autógrafos, o ator Otávio Augusto comprou o seu exemplar, encostou-se ao balcão, pediu um chope e uma caneta, e ele mesmo resolveu o assunto:
     “Ao grande ator Otávio Augusto, com um abraço do Jaguar”.
     No fim da noite mostrou ao autor.
     – Como você sabia que eu ia escrever exatamente isto? – perguntou Jaguar.
     – Simples: tenho mais de cem dedicatórias iguais a essa em casa...


+++


     Tá lá na folha de rosto do livro de contos, crônicas e poemas do escritor e compositor Aldir Blanc, “Um cara bacana na 19ª” (Editora Record), lançado ainda no século passado:
     “Pro Pimentel, amigo mesmo, desde os tempos do Dreher com o Paulo Emílio...”
     Eu estava com amigos no bar da livraria, todos mais dois lá do que pra cá (como no bolero do autor), quando um folheou o volume e estancou na dedicatória:
     – O que quer dizer Dreher?
     – Um conhaque.
     – E Paulo Emílio?!
     – Um poeta e letrista da MPB, amigo nosso.
     Deu um gole profundo e sentenciou, aparentemente sério:
     – Nada como um autógrafo para revelar a natureza de um livro.
     Todos se entreolharam. Ninguém entendeu nem comentou nada.


+++


     Conhecido meu foi à noite de autógrafos do escritor famoso e ficou intrigadíssimo com a dedicatória:
     “Ao fulano, a respeito de quem não resta a menor dúvida!”
     Muitos anos se passaram, mas até hoje ele abre o livro, sozinho, reler aquilo e se pergunta:
     “Que diabo ele quis dizer?!”


+++


     Uma vez fui autografar exemplares de um livro infantojuvenil chamado “O bravo soldado meu avô” em um colégio.
     O garotinho na fila perguntou:
     – Pode dedicar pra mim e pro meu avô?
     – Claro. Como é o seu nome.
     – Thiago, com h.
     – E o dele?
     – Vovô!



Apoio Cultural:



Viva Feira
© 2024 - Todos os direitos reservados - www.vivafeira.com.br