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AÍ A VIOLÊNCIA COMEÇOU


Publicado em: 01/01/2024 - 22:01:47
Fonte: Luís Pimentel


1.
     – Terra a vista! – gritou Cabral.
     – À vista! – corrigiu o ajudante de bordo.
     – A vista, gajo! Estás querendo me ensinar?
     – Longe de mim, comandante! Pretendo apenas corrigir a sentença.
     – Que sentença, animal?! A questão não é judicial...
     – Deixa de ser casmurro, ó burro! Diz-se à vista, diante daquilo que se vê.
     – Claro que não, Damião! É a vista, ora pois, no sentido de que a vista, a nossa vista, alcança. À vista é uma condição de pagamento, contrário de à prazo.
     – Pois então?! Mais cedo ou mais tarde venderemos esse achado. E à vista, ora se não...
     – Ai, Jisus! Não sabia que comandava a esquadra de Noé. Que tinha algum animal a bordo.
     – Cabral, não leves a mal! És um bravo descobridor. Mas precisas voltar para a escola primária dos miúdos, a fim de aprenderes novamente o ABC.
     – Ó, pá! Por que não fazes essa recomendação à vossa progenitora?
     Aí a violência começou.

2.
     Em Jerusalém, há mais de dois mil anos, um cara chamado Jesus disse que estava na hora de expulsar os vendilhões do templo.
     Mas (assim que nem hoje), os templos já estavam todos vendidos; pastores e rebanhos formaram a primeira milícia e se voltaram contra o Cara.
     Aí a violência começou.     

3.
     Depois de muito refletir, o empregado mal pago cria coragem e vai à sala do chefão:
     – Chefe, o senhor me desculpe, mas trabalho aqui há cinco anos e nunca tive um aumento de salário.
     E o chefe, depois de refletir bastante:
     – Tá desculpado!
    Aí a violência começou.

4.
     Ativista e batalhadora por seus direitos todos, a mulher se preparava para sair quando o marido perguntou:
     – Vai pra onde?
     – Vou à manifestação pelos direitos da mulher e contra o julgo machista!
     – Quem vai fazer o almoço? – quer saber o folgadão.
     Aí a violência começou.

5.
     No botequim, depois do lanche, o cliente pede ao português que pendure a conta no cabide em frente.
     O comerciante nem responde, só aponta para a tradicional placa de papelão pendurada na parede:
     FIADO SÓ AMANHÃ!
     – Não faz mal, seu Manuel. Eu espero até amanhã – ele diz.
     Aí a violência começou.

6.
     – Meu pai tem um porte de arma melhor do que o seu – diz o primeiro menininho.
     – Duvido – reage o segundo.
     – Meu pai tem uma pistola!
     – O meu tem um trezoitão!
     – Meu pai tem uma quarenta e cinco!
     – O meu tem uma metralha!
     – Meu pai tem uma AR-15!
     – O meu tem um fuzil!
     – Vá pegar o armamento do seu pai, que vou buscar o do meu!
     Aí a violência começou.



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