menu
-Agenda Cultural
-Restaurantes
-Teatros
-Museus
-Comentários
-Fale conosco
-Política de Privacidade
-Utilidade Pública
-Links Feirense
-Artes Cênicas
-Artes Visuais
-Artesanato
-Bandas
-Literatura
-Músicos
ENTRETENIMENTO
-Cinema
-Arquivo de Eventos
-Festival Vozes da Terra
-Festival Gospel 2010
-Natal na Praça 2010
-Micareta 2011
-Últimos Eventos
-Radio Viva Feira
-TV Viva Feira
-Videos Viva Feira
COLUNISTAS
-Alberto Peixoto
-Emanoel Freitas
-Luís Pimentel
-Raymundo Luiz Lopes
-Sandro Penelú
 
 
 
As aventuras de Perebinha - Episódio X.

As coisas de casa
Publicado em: 05/12/2021 - 09:12:11
Fonte: João Bosco da Silva


Outro sábado chegou, depois da noite de muita chuva, e Perebinha foi à Rádio Quionda com seu pai, recebidos pelo amigo radialista Heitor.

O LOCUTOR:

- Olá quem chegou !! Bom dia Perebinha. Vai falar o que hoje no programa? Fico preocupado com as suas loucuras. Qual foi a novidade desta semana?

PEREBINHA

- Olá seu locutor! Cheguei atrasado, por causa da chuva e de coisas lá em casa. Tem culpa eu? Tem coisas que eu faço confusão: Abobora é igual a Jerimun? Mandioca, macaxeira e aipim? Mixirica e tangerina? Pinha e fruta do Conde? Vaca atolada e cozido? Geladinho e sacolé? Mingau e canjica de milho? Enroladinho de presunto e joelho? Cueca e samba canção? Cabaça e cabaço?

LOCUTOR:

- Vixe que complicação! Tá bom, melhor conversar outras coisas. Complicado esse negócio de nomes diferentes das mesmas coisas, mas cuidado para não se atrapalhar. Conte alguma coisa da sua casa.

PEREBINHA

- Eu perguntei alguma coisa esquisita? Em casa moramos eu, minha irmã de 19 anos, meu pai e minha mãe. O namorado da irmã disse que só está ficando com ela. Como é ficar? Minha mãe disse que botou o nome de minha irmã de Rosana, porque na igreja o povo canta: Rosana! Rosana ao Senhor!!! Se chuchu é coisa ruim, como minha mãe diz que eu sou um chuchuzinho? Abacaxi é coisa ruim? E pepino? Meu pai disse que ganhou um abacaxi quando casou com a minha mãe. Minha mãe diz que meu pai é o pepino que ela descasca todo dia.

LOCUTOR:

- Vixe! Para, para! É complicado mesmo. Ficar é namorar sem compromisso? Na igreja é Hozana que o povo canta. Seus pais fazem comparação com frutas e verduras, mas é brincadeira, viu?

PEREBINHA

- Meu pai disse para minha mãe que só confia nela. Outras coisas: Quando menino cresce, será que vai jogar sinuca? Minha mãe mandou segurar o pum. Como é para fazer isso? O senhor sabe de matemática? Quanto é 51 pintos mais 51 pintos?

O LOCUTOR:

- Sou bom de matemática. Essa conta é fácil. Os 51 mais 51 é cento e dois pintos. Esse negócio de sinuca não tem nada a ver, toda criança tem as bolinhas. Quando se pede para prender o pum é uma forma educada de ter respeito no ambiente. 

PEREBINHA

- kkk. Senta em quantos pintos? Está todo mundo rindo do senhor falou. Caiu nessa. Esse negócio de ficar meu pai mandou eu catar batatas. A sinuca eu acho que é porque os homens já nascem com duas bolinhas. Ontem na hora da chuva ouvi do meu quarto minha mãe gritando: “Vai marido, que eu também acho que vou”. Eu fiquei preocupado e gritei: “ninguém sai daqui sem mim nessa chuva”, eu não ia ficar sozinho. Não existe picolé de caju?

O LOCUTOR:

- Deixe sua mãe ir para onde ela quiser com seu pai. Também não sei porque não existe picolé de caju.

PEREBINHA

- Não deixei ninguém saiu na chuva, mas viajar é bom. Sabe quem faz as malas lá de casa? O gato não sobe no teclado do computador, sabe por quê?

O LOCUTOR:

- As malas é a sua mãe quem faz para viajar. Lá em sua casa o gato não sobe no teclado do computador, porque você deve bater no bichinho.

PEREBINHA

– Mentira! Quem faz a mala é o fabricante. Se quem faz a mala é o fabricante, então o tráfico é traficante? Não batemos no gato, e ele não sobe no teclado porque tem medo do mouse.

O LOCUTOR:

- O tráfego dos carros quem faz é o departamento de trânsito. Boa pegadinha do mouse, cabeça dura!

PEREBINHA

- Cabeça dura é prego. Tem gente igual a cavalo: dá coice e não dá bom dia. Coração tem pernas? Outra coisa: Liguei errado para sua casa e falei: “O Senhor Honesto está? Responderam que lá não tinha nenhum honesto. Eu disse: Então nessa casa todo mundo é ladrão? rs rs

O LOCUTOR:

- Então foi você, seu pestilento? A secretária falou mesmo. Tem gente que parece cavalo mesmo. Esse negócio de perna de coração eu não sei.

PEREBINHA

- O namorado da minha irmã pediu de noite: abra a perna coração!!! Outra coisa: Peito é busto? Na TV tinha uma mulher e minha mãe falou que tinha bustão. Meu pai disse que combustão é gasolina pegando fogo. Últimas duas para terminar: Quantos pedaços de queijo você consegue comer de barriga vazia cedo? Onde a mulher tem cabelo mais duro.

O LOCUTOR:

- Perna de coração, cada um sabe do seu. Busto é o nome educado que chamam o peito. Sobre o queijo, pode comer quantos quiser e a barriga couber, esse negócio de cabelo duro é sacanagem, não falo.

PEREBINHA

– Peraê rapaz! O queijo é só o primeiro, pois do segundo não está mais de barriga vazia. Meu pai disse que cabelo duro é na África. O namorado da minha irmã cozinhou uns ovos para merendar, ela quis comer e ele disse: se eu cozinho, não é meu?

O LOCUTOR:

- Para! Para! A sua mente está mais suja do que o fundo do rio Tietê. Quem cozinha também tem a obrigação de repartir a comida com todos da casa.

PEREBINHA

- Deixe ele metido a sabidão! Esse negócio de cozinhar, meu pai vai dar o dele. Outra coisa: O meu tio Pinto é pintor e diz que eu pinto muito bem, e ninguém pinta como eu pinto. Isso é apenas uma suposição ou um supositório? Lá na roça chegou a igreja de Testemunhas de Juvená. Minha mãe estava com um barrigão e eu fui perguntar o que era, ela disse que era um nenê que pai deu a ela. Perguntei, e então, porque a senhora engoliu o bebê?

O LOCUTOR:

- Para! Para! Tá bom! Que embolada que você fez!! Nem vou comentar, porque não sei se está falando a verdade ou somente esculhambando. Mulher não gosta de perder nada e ela não engoliu nada, e você não está entendendo nada.

PEREBINHA

- Se a mulher não gosta de perder nada, por que meu tio disse que elas perdem sangue todo mês.

O LOCUTOR:

- Chega seu pestilento. Chega!  Esse menino é de outro mundo. Bom dia gente! Thau pessoal!

--------------------------------------------------------------

Texto do livro – Rapsódia de Perebinha na Rádio Quionda - ISBN 978-65-86453-00-3

(Sempre teremos novas peripécias de Perebinha nesta coluna)




Apoio Cultural:



Viva Feira
© 2024 - Todos os direitos reservados - www.vivafeira.com.br