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Comemorar o quê?


Publicado em: 20/04/2015 - 11:04:37
Fonte:


Todos os anos, mais precisamente no dia 19 de abril, podemos assistir, em várias escolas, a “comemorações” alusivas ao Dia do Índio. Crianças têm seus rostos pintados e vestem-se a caráter para trazer à tona a imagem do povo indígena, aos poucos levado à extinção pelo povo branco.

Há um “calo” enorme no calcanhar da raça branca por conta do extermínio, do assassinato e da dominação imposta aos índios. O chão que pisamos pertencia a eles e os brancos, vindos para o Brasil com o advento do “descobrimento”, apossou-se do mesmo sem o menor escrúpulo.

Havia milhões de índios nas terras brasileiras, antes da chegada dos portugueses. Hoje, resume-se a milhares. Logo após o “descobrimento” (leia-se invasão), as tribos que ficavam mais próximas da costa começaram a se retirar para o interior, tentando fugir da matança imposta pelo europeu.

Encarados como animais pelos brancos, os índios foram constantemente escravizados e, sob a dor do desespero, incapacitados de poderem lutar à altura, viam suas famílias sendo massacradas, suas mulheres jovens e belas sendo sexualmente violentadas de forma covarde e a sua honra sendo ferida no mais profundo do ser.

A Igreja resolveu interferir e passou a trabalhar na conversão do índio aos preceitos do catolicismo. Confinava-os em aldeamentos onde tinham de aprender o português, frequentar missas e abandonar os seus tradicionais costumes, como a poligamia, a nudez, a adoração a seus deuses e outros. O contato com o povo branco levou o índio a contrair doenças como a sífilis, o sarampo e a gripe.

Com a população indígena já praticamente entregue e devastada pela luta inglória, os aldeamentos foram substituídos por diretórios onde existia um chefe e um diretor branco. Os índios eram obrigados a trabalhar para os brancos, recebendo um pagamento mísero, o qual era estipulado pelo diretor europeu. Tinham de pagar o dízimo à Igreja, entregar a sexta parte daquilo que produziam ao governo e ainda por cima boa parte deles tinha de ficar à disposição para guerrear em favor dos brancos.

O tempo passou e a violência contra o índio nunca deixou de existir em nosso país. Em 1963, funcionários de uma empresa em Cuiabá organizaram uma expedição de jagunços para expulsar os Cintas-largas da região de Aripuanã, no Mato Grosso. Dinamitaram a aldeia indígena e exterminaram os sobreviventes a golpes de facão.

Em 1968, o Ministério do Interior divulgou o resultado das investigações sobre os últimos anos do Serviço de Proteção ao Índio, denunciando extermínio de tribos inteiras por dinamite, metralhadora e envenenamento.

Em 1981, as terras dos Xavantes foram invadidas por fazendeiros. Em 1987, índios Gaviões da Reserva de Mãe Maria, no Pará, interditaram a rodovia dos Carajás, em protesto contra a permanência de posseiros em suas terras.

Em 1989, a hepatite B contaminou noventa por cento dos Ianomamis e sessenta por cento dos Tikunas. A área estava abarrotada de garimpeiros, num total de mais de 45 mil...

O dia 19 de abril é o “Dia do Índio” ou, se preferirem, o dia de mais uma grande hipocrisia do homem branco.




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