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A CAMPANHA ELEITORAL


Publicado em: 04/04/2014 - 05:04:11
Fonte: Hugo Navarro - Folha do Norte


    Tem ocupado espaços na mídia nacional, de forma  contínua e maçante, o cinquentenário da Revolução de 1964, com destaque do lado negativo do movimento e exaltação das apontadas vítimas. A campanha, que não é nova, pretende ligar os excessos revolucionários à atual oposição, o que pode enganar apenas os desavisados. A situação nacional, como em 64, volta a ser preocupante.  A vida dos brasileiros não é tranquila, nem segura. O descontentamento explode de vez em quando em violentas manifestações populares. Nos primeiros meses de 1964 a intranquilidade e a insegurança mostravam-se alarmantes como agora. Havia a certeza de que o governo federal preparava golpe de esquerda para a implantação de república sindicalista, máscara para disfarçar o comunismo repudiado e temido pela maioria do povo brasileiro. O movimento de 1964 foi essencialmente civil no seu começo, liderado por Carlos Lacerda, no Estado da Guanabara, Magalhães Pinto, em Minas Gerais e Ademar de Barros, em São Paulo, virtuais candidatos à presidência, fortalecidos por passeatas “Por Deus e pela Liberdade”, principalmente de mães de família, que surgiram em várias partes do país  batendo panelas e pedindo providências contra os abismos que se abriam para o país.
    A adesão das Forças Armadas ao chamado “golpe” de 64 sem a qual o movimento não ocorreria, foi precipitada pela revolta dos marinheiros, no Rio de Janeiro, que reuniu no Sindicato dos Metalúrgicos mais de dois mil militares amotinados, em março,  com a participação de pessoas ligadas ao governo, como o comandante Aragão. Os militares, alarmados com a quebra da hierarquia militar, que teve começo na “Revolta dos Sargentos”, em 1963, em Brasília, e introduziu a intranquilidade e a insegurança nos quarteis, julgaram que era hora de depor governo que ameaçava a paz do povo brasileiro e de livrar o país de golpe comunista.
    Feira de Santana não escapou ao clima de insatisfação, angústia e expectativa sobre o que ocorreria no Brasil até que foi surpreendida com a notícia de que tropas do Exército, saindo de Minas Gerais, marchavam para o Rio deJaneiro. As comunicações, na época, eram difíceis. Ao alvorecer do dia primeiro de abril, entretanto, tudo estava terminado e esclarecido.
    Nesta cidade começou, então, intensa troca de informações, enquanto o prefeito blasonava bravatas, dizendo que iria resistir. Surgiram notícias de armas e sacos de areia na Prefeitura, tudo provavelmente causado pela indecisão do governador Lomanto Jr., que teria encomendado manifesto em favor de João Goulart, documento interceptado pelo Exército provocando perplexidade na Polícia Militar do Estado.
    A queda do prefeito, filiado ao PSD (Partido Social Democrático), e não a partido socialista como recentemente foi dito, era esperada a qualquer momento até que tropas de Alagoas aqui chegaram e o destituíram do cargo.  Comentava-se que o prefeito contava com a proteção do presidente do IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática, criado com a missão de recolher fundos entre empresários para combater o comunismo), feirense ilustre e deputado federal pela UDN, e de oficiais das forças armadas com ligações de amizade nesta cidade. Basta dizer que os vereadores de oposição ao prefeito ouviram, do então Coronel Chefe do Estado Maior da 6ª. Região Militar, Humberto Melo, que o substituto do prefeito teria que ser o Dr. José Falcão da Silva, sócio de escritório e amigo íntimo de prefeito deposto. O fato ocorreu depois que a deposição se tornou irreversível apesar de liminar dada por juiz de direito, que morava em casa do chefe do PSD, nesta cidade, revogada pelo presidente do Tribunal de Justiça do Estado.
    A pretendida permanência no poder dos que estão no governo federal será como os vales encontrados no cofre da Tesouraria Municipal após a deposição do prefeito esquerdista. Nunca foram resgatados e nunca foram explicados.



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