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Cíntia Portugal
Cintia Portugal de Almeida nasceu em Feira de Santana- Bahia, tendo sido graduada em Letras com Francês pela Universidade Estadual de Feira de Santana, (UEFS), Brasil. Mestre em Estudos Literários pela Universidade de Feira de Santana (UEFS), com a dissertação “O poeta, a Rua e o Romantismo: a produção literária de Sales Barbosa” (2016). Autora do livro “Caminhando pela Cidade: crônicas sobre as ruas, praças e becos de Feira de Santana –BA” (Via Literarum -2013), articulista do Jornal Folha do Norte, com a Coluna Caminhando pela Cidade, é Membro do GELC: Grupo de Estudos Literários Contemporâneos – UEFS e tem ensaios publicados em revistas acadêmicas e anais de congressos de Literatura. Participou do estudo vinculado ao PROCAD/Projeto Escritas Contemporâneas/Programa de Cooperação Acadêmica/ CAPES – Intercâmbio do PROGEL-UEFS com a PUC/Rio.






CÍNTIA, SALES E OUTROS CANTOS

Canto, cacos, sapos de Natal


Publicado em: 25/12/2016 - 14:12:32



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Canta o chão de terra varrido, 
hibiscos beijam, abraçam o muro
Palmas, juremas, festejam o musgo. 
Galhos espicham, folhas do cajueiro em flor fazem cócegas no telhado. 

Fruto dependurado, 
o doce amarelo roga pra ser degustado.
O vento encanta, envolve a mangueira, remexe a bananeira, 
rege as nuvens, o calor, a pedreira.
Redemoinho de poeira cobre, carrega o anjo de cimento, no desenrolar do véu, dança sobre o jardim de um tempo.
Na varanda, corre o som d’água no pequeno pote de barro...
Sapos rastreiam a fonte, escalam pedra por pedra, derrubam os Reis magos, os bois, os carneiros, que encontram no caminho. 
O anjo desaba, Virgem Maria desmaia, São José se espalha. 
o menino Jesus na manjedoura suporta o peso do anfíbio desajeitado, rugoso, espaçoso, que se acomoda na caminha de mato sobre o recém -nascido, ocupando todo o espaço da estalagem. 
Galo desperta, latidos de festa,
manhã de Natal, cacos coloridos, mimos partidos! 
Sapos de todo formato, agora, fazendo parte 
da decoração, da composição: 
quem invadiu o mato de quem? 
Perto da fonte agitada, a música corre suave em coro, 
ao som dos grilos, dos sapos, dos goles do tinto, e do barulho: como tirar Jesus do sufoco?
 
 
 


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