Fonte: FOLHA DO NORTE - Feira de Santana-Ba, sexta-feira, 27 de outubro de 2017
O desaparecimento da revista Sitientibus - primeiro periódico da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) criada em 1982, através de projeto do professor Raymundo Luiz Lopes e desde 2011 sem circular, tem suscitado questionamentos. Seu idealizador, Raymundo Lopes, diz ter sido informado, extra-oficialmente, que o acervo, quase em sua totalidade, teria sido destruído, sem qualquer critério, não tendo passado por uma avaliação e observa que, mesmo estando aposentado, poderiam ter sido consultado sobre toda aquela documentação.
Conforme diz, o acervo incluía o PIDL, pastas de correspondências - recebidas/envia - das -, de cada uma das IES, mapas de vendas, notas de compras e fiscais, relatórios, atas, pareceres das comissões, fichas de avaliação, portarias, ofícios, e-mails, CIs, fax, telegramas, além de documentos pessoais de suas atividades no Departamento de Educação e na UATI, capas das edições, cartazes, projeto inicial da revista, cópias de fotos/matérias de jornais, layout diversos, banner, relação de instituições, de órgãos de imprensa, de professores/pesquisadores para intercâmbio/divulgação com Sitientibus, relação dos setores da Uefs e respectivos responsáveis, a partir de 1981. Acrescenta que “semelhante desastre aconteceu com o acervo do Programa Interuniversitário de Distribuição do Livro, que implantei em 1985. Não há nenhuma comunicação oficial a respeito desses sinistros” afirma.
Ressalta o professor Raymundo Lopes que falou com o ex-reitor José Barreto de Santana, que “demonstrou desconhecimento do fatídico evento. Contudo, deu a entender que, sendo historiador, não podia concordar com a destruição do acervo”. Posteriormente esteve com o reitor, Evandro Nascimento Silva, e “por duas vezes, convocados para o nosso encontro na reitoria, o coordenador da livraria, Murilo Campos e o diretor da editora, professor Eraldo Medeiros Neto, que não compareceram e disseram ao reitor que não poderiam ir, pois estavam ocupados. Procurei o senhor diretor que não me atendeu satisfatoriamente, perguntando-me laconicamente para que eu queria relatórios e pastas disso e daquilo. Visitando a livraria, busquei conversar com o coordenador que, também, não me recebeu bem o que me deixou perplexo”, garante.
O professor Raymundo Luiz Lopes lamenta ainda o desaparecimento de uma placa que registra a inauguração de um anexo no sexto módulo para abrigar o programa de livros e a revista Sitientibus. “Sem retorno as minhas indagações, entrei na ouvidoria do Estado e relatei o problema. A resposta, meses depois, do setor responsável pelo patrimônio é desalentadora, pois demonstra desconhecimento sobre o desaparecimento daquele marco e suas razões. Diante de tantos fatos deprimentes, espero contribuir para que não ocorram mais atentados contra o patrimônio da nossa estimada Uefs” conclui.