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OS 40 ANOS DA RETIRADA DA ANTIGA FEIRA LIVRE DO CENTRO DA CIDADE É MOSTRA DO MUSEU CASA DO SERTÃO DA UEFS


Publicado em: 29/06/2017 - 14:06:15
Fonte: Museu Casa do Sertão


    Com o título “A feira de Feira de Santana: transformações e permanências” o Museu Casa do Sertão da UEFS apresenta à comunidade aspectos sócios culturais relacionados a um dos marcos mais emblemáticos da história de Feira de Santana, que se desenvolveu em torno da feira livre, e ainda hoje tem no comércio ao ar livre um dos pilares da dinâmica econômica.
    A antiga feira livre localizava-se nas principais artérias da cidade, a saber: cruzamento das Avenidas Senhor dos Passos e Getúlio Vargas, Rua Marechal Deodoro, Praças João Pedreira e da Bandeira, e as Rua Marechal Deodoro e Sales Barbosa. Nestas, o feirense e pessoas oriundas de vários municípios da região, compravam e/ou vendiam uma gama diversificada de mercadorias: calçados, roupas, cerâmicas, hortifrutigranjeiros, produtos de couro, carnes, móveis, etc. Existiam espaços nos quais tipos de produtos específicos eram agrupados, setorizando a feira em outras especializadas, como a “feira das panelas”, onde se vendiam cerâmicas utilitárias, a feira do couro, com a venda da dita matéria prima ou de artefatos produzidos a partir da mesma, ou, ainda, o Mercado Municipal – atual Mercado de Arte Popular – onde, comercializavam-se carnes, feijão, farinha, etc.
    Para além do comércio tradicional de uma feira livre, na feira da Feira a polifonia cultural mantinha-se pela coexistência de sujeitos de classes sociais diferentes, com interesses e identidades distintos, que formavam uma algazarra no centro da cidade, trazendo em si aspectos culturais, mantidos pela tradição, forjados na lida diária, transformados pelo próprio cotidiano das relações sociais.
    A feira livre era também um espaço festivo, pontilhado pela presença de cantorias de violeiros; “pregão” de cordéis; cantadores de coco, vai-e-vem de vaqueiros, sanfoneiros, artistas de circo, artesãos, propangadistas que imbuídos de malabarismos artísticos vendiam produtos e artefatos que prometiam verdadeiros milagres, na cura de doenças ou no combate a pragas de toda ordem. Feirantes, fregueses, atacadistas, visitantes, transeuntes, observadores promoviam o fervilhar da feira. Muitos destes vestiam-se especialmente, afinal nunca se sabia ao certo quem encontraria nesse dia, notadamente, na segunda-feira em Feira de Santana; embarque e desembarque de gente, apressada em resolver compromissos diversos, a feira era concomitamente, um espaço de negócios, de lazer, de interação, de conflitos... de ver e ser visto, numa convivência entre feirantes, compradores, comerciantes de lojas, visitantes, transeuntes em geral, Calçadas e ruas apinhadas de gente e mercadorias.
    Contudo, sob os auspícios do projeto de modernização das décadas de 60 e 70, implementado pelos governos municipal, estadual e federal, no dia 10 de janeiro de 1977 a feira livre foi “retirada” oficialmente das ruas da cidade para um local dito adequado para uma cidade que almejava a industrialização.
    A exposição A feira de Feira de Santana: transformações e permanências, visa apresentar aspectos da antiga feira livre na rua, com suas divisões, organização, principais produtos comercializados, o regionalismo e a diversidade de artefatos e gêneros alimentícios comercializados. A mostra consta de 22 fotografias do fotógrafo Antonio Magalhães que retratam o último dia da feira livre realizada no centro da cidade, e 67 de Nei Rios que flagram permanências das tradições comerciais da cidade nas principais ruas do centro urbano, bem como a realização das feiras livres de bairros, como no Tomba, Estação Nova, Sobradinho e Cidade Nova.
    A exposição ainda apresenta uma pequena mostra de objetos comercializados no entreposto comercial, cedidos pela Associação dos Artesãos do Centro de Abastecimento, bem como peças do acervo do MCS/UEFS.
    Numa análise sobre a exposição o professor Clóvis Ramaiana sintetiza que “os dois tempos vistos na exposição: o de antes do fim e os depois do fim; o das imagens em preto-e-branco e o das coloridas; o analógico e o digital formam um mosaico de experiências retiradas de seus habitats e, sendo assim, se oferecem, generosas, para que as gentes dos hojes rememorem a trajetória da única coisas em comum nos dois conjuntos temporais: a resistência do povo que labuta diante dos ditames dos poderes públicos”.  
    A exposição integra a programação do seminário “Repensar Feira – A Uefs e o Observatório da Cidade”, que acontecerá no campus da Universidade nos dias 04 e 05 de julho.

    SOBRE OS FOTÓGRAFOS
    Antonio Magalhães
    É mineiro de Conselheiro Lafaiete e desde menino é apaixonado pela fotografia. Com 15 anos foi morar e trabalhar no Rio de Janeiro, onde comprou sua primeira câmera fotográfica e começou a registrar as belezas da Cidade Maravilhosa. No final de 1968, chegou a Feira de Santana, para viver na terra natal de sua esposa Zeny. Foi assim que Magalhães se incorporou à vida de Feira de Santana e passou a fotografar eventos sociais. Em 1971 passou a trabalhar com Antonio José Laranjeira, então colunista do Diário de Notícias. Depois, nos jornais A Tarde, Feira Hoje e Folha do Norte. Também fotografou para colunistas sociais como Eme Portugal, Cid Daltro e Oydema Ferreira. Magalhães foi diretor de fotografia do Observatório Astronômico Antares, do qual foi um dos fundadores. Em 1975, fundou a Associação Profissional dos Fotógrafos de Feira de Santana e foi presidente da entidade por seis anos, em duas gestões seguidas. Participou de vários cursos sobre fotografia, especializando-se em fotos de estúdio, mas sempre este    ve atento à vida da cidade, às suas transformações, com um rico registro imagético deste processo, que inspirou a obra História das lentes: Feira de Santana pelo olhar do fotógrafo Antonio Magalhães, dos professores Aldo José Morais Silva e Clóvis Frederico Ramaiana Morais Oliveira publicado pela UEFS Editora em 2009.
    Nei Rios
    É feirense criado entre Nanuque-MG e Ipirá-BA, e muito jovem, já trabalhava de carregador nas feiras do primeiro lugar, imprime as marcas de sua trajetória. As fotografias de Nei Rios sobre as feiras da Feira traçam preciosa síntese da ação de compartilhar/narrar. Nelas, o menino, o olhar curumim surge no encantamento pelas cores que fazem as feirinhas, pela profusão de tons que encantam os que compram e também aqueles que não compram. Um pouco da memória daquele que trabalhava sem poder parar e sentir o precioso encanto das coisas que colorem o olhar.
   
    SERVIÇOS
    Período da Exposição: 03 de julho a 15 de dezembro de 2017
    Horário de atendimento: Segunda: 14:00 as 17:30 h e Terça a sexta 8:15 as 11:30 e 14:00 as 17:30
    Endereço: Museu Casa do Sertão. Campus Universitário. Av Transnordestina, Bairro Novo Horizonte – Feira – Bahia. Tel. 75.3161.8750 / 8751 / 8752
    e-mail: museucasadosertao@gmail.com




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