menu
-Agenda Cultural
-Restaurantes
-Teatros
-Museus
-Comentários
-Fale conosco
-Política de Privacidade
-Utilidade Pública
-Links Feirense
-Artes Cênicas
-Artes Visuais
-Artesanato
-Bandas
-Literatura
-Músicos
ENTRETENIMENTO
-Cinema
-Arquivo de Eventos
-Festival Vozes da Terra
-Festival Gospel 2010
-Natal na Praça 2010
-Micareta 2011
-Últimos Eventos
-Radio Viva Feira
-TV Viva Feira
-Videos Viva Feira
COLUNISTAS
-Alberto Peixoto
-Emanoel Freitas
-Luís Pimentel
-Raymundo Luiz Lopes
-Sandro Penelú
 
 
 
UMA HISTÓRIA DE COPACABANA


Publicado em: 05/10/2016 - 10:10:34
Fonte: Luís Pimentel


     Essa história me foi contada por um amigo, sabendo que eu a transformaria numa crônica. Esse amigo era um grande contador de boas histórias e um especialista no trato e no cultivo da amizade. Virgílio Rocha era diretor do jornal Copacabana, da Zona Sul do Rio de Janeiro, amigo do bairro e de uma quantidade enorme de gente por lá, e partiu precipitadamente dia desses, pouquinho antes de chegar a primavera; mas acredito que as flores, as mais bonitas, foram com ele.
     A historia é assim:
     A velhinha morava em Copacabana, em companhia apenas de um velho cachorro de estimação, com quem dividia os passeios matinais no calçadão, o almoço nos restaurantes da orla e o sofá na hora da novela.
     Um dia o cãozinho bateu as botas e a velha resolveu que deveria homenageá-lo com um funeral decente, cova de terra em lugar tranquilo, o que se deseja para qualquer ente querido. Ligou para uma amiga que tinha sítio pras bandas de Vargem Grande e combinou de levar o corpo do velho amigo para ser enterrado no pomar, entre mangueiras e jabuticabas.
     Pegou uma caixa de televisão vazia, forrou com panos de saco e travesseiros, e acomodou o cachorro morto ali. Fechou a caixa bem fechada e tomou um táxi em direção ao sítio onde o bicho encontraria sua última morada. Só que deu o azar de parar o carro de um taxista cretino e mal intencionado.
     O canalha bateu o olho na caixa de papelão, imaginou estar transportando um aparelho de TV novinho, conferiu a idade da passageira e se armou de más intenções. Depois de atravessar as movimentadas ruas da Barra e do Recreio, deu o bote:
– Salta aí, vovó, pega um ônibus de volta e vai à luta. Vou ficar com essa televisão.
     A velhinha ainda tentou argumentar, mas o safado nem deu chance:
     – Pula fora, anciã! Não percebeu ainda que isto é um assalto?!
     A velha senhora desceu do táxi, chorando, dando a graças a Deus por não ter acontecido nada pior, e voltou para casa. O otário que se achava esperto foi para casa conferir o ganho. E deve estar até hoje arrancando os cabelos diante do corpo do animal sem vida.
     A vida às vezes (poucas) é justa. Malandro demais às vezes se atrapalha.



Apoio Cultural:



Viva Feira
© 2024 - Todos os direitos reservados - www.vivafeira.com.br