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FALANDO DE MÚSICA: BAIÃO


Publicado em: 12/07/2016 - 23:07:24
Fonte: Luís Pimentel


 A história do baião, esse ritmo genuinamente brasileiro, surgido na espontaneidade dos arrasta-pés dançantes em festas do Nordeste – especialmente nas noites juninas – começa com a popularização de instrumentos musicais como a sanfona, a zabumba e o triângulo. Ganha ressonância nacional quando desponta, em meados dos anos 1940, o instrumentista, cantor e compositor Luiz Gonzaga, reconhecido como o mais significativo representante do gênero. Quando Luiz deixa o seu Pernambuco para conquistar toda a região e em seguida o Rio de Janeiro, o baião vai com ele. Para os programas de rádio, os estúdios de gravação e o gosto popular.

Luiz Gonzaga, Gonzagão: a voz de um povo sem voz
     Nenhum artista brasileiro foi tão importante para a cultura das regiões Nordeste e Norte do Brasil, para a divulgação de como vivia, trabalhava e sofria o homem do mato quanto Luiz Gonzaga do Nascimento, filho do mestre sanfoneiro Januário e da roceira Ana Batista de Jesus, que um dia saiu da pequena cidade de Exu, região do Araripe, no sertão pernambucano, para conquistar o Brasil e fazer sua sanfona conhecida nos quatro cantos do país e até no exterior.
     A música de Luiz Gonzaga – que foi coroado “Rei do Baião” (baião é o ritmo nordestino dos forrós e dos arrasta-pés) – tem para o povo do Norte e do Nordeste do Brasil a mesma importância da fé no Padre Cícero Romão, que para o povo é um  verdadeiro santo, e isto não se discute. Gonzagão (ficou sendo assim chamado depois que o seu filho, Luiz Gonzaga Júnior, também virou artista famoso e passou a ser conhecido como Gonzaguinha) subiu ao posto mais alto do pódio onde também merecem medalhas o xaxado de Jackson do Pandeiro, a arte de barro do mestre Vitalino, a poesia de Patativa do Assaré e de Azulão e a sabedoria moleque de Ariano Suassuna.
A poesia de um Lua imenso
         “O pé de serra tem sempre essas matas, essas montanhas que atraem as chuvas. Tem um vento que desvia o rumo da chuva. Ela se forma, vem e quando chega no alto da serra, se divide, parte pra tudo que é canto”. (Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, explicando à escritora e pesquisadora francesa Dominique Dreyfus a razão dos longos períodos de chuva que costumavam alegrar sua pequena Exu, no sertão pernambucano. Lua usou a poesia para dizer, em poucas palavras, o que um meteorologista gastaria muito verbo para dizer. Em A Vida do Viajante. Editora 34, 1996)
Outros nomes importantes para o baião e para a música nordestina:
Humberto Teixeira, 
Zé Dantas
Carmélia Alves
João do Vale
Jackson do Pandeiro
Dominguinhos
Nando Cordel
Xangai
Jurandy da Feira
Marinês
Trio Nordestino
Dominguinhos
Jackson do Pandeiro
Alceu Valença
Geraldo Azevedo
Geraldo do Norte

Outras canções marcantes do baião (e xote):
A volta da Asa Branca (Luiz Gonzaga / Zé Dantas)
O xote das meninas (Luiz Gonzaga / Zé Dantas)
O vovô do baião (João Silva / Severino Ramos)
Vozes da Seca (Luiz Gonzaga / Zé Dantas)
A triste partida (Patativa do Assaré)
Estrada do Canindé (Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira)
Amanhã eu vou (Beduíno)

Do livro As muitas notas da música brasileira – nossas canções e o jeito brasileiro de ser, de Luís Pimentel. Editora Moderna, 2015.



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