A arte de contar histórias não teve início nos dias atuais, desde o começo da humanidade os contadores já existiam. Os nossos avós, bisavós e outras gerações anteriores, sentavam ao redor da fogueira para narrar acontecimentos, relatar fatos, resgatar e manter as lendas presentes na região. Essas pessoas podem ser consideradas contadores, pois elas eram responsáveis não apenas por contar a história, mas narravam-na dando vida ao que era exposto através da tradição oral.

Ao contar uma história, estamos contribuindo para o resgate da tradição oral, assim como para a ampliação do vocabulário infantil. Os contos infantis não apenas encantam as crianças, eles transmitem valores e muitos oferecem subsídios para o seu desenvolvimento emocional e social, pois ao ouvi-las, elas entram em contato com várias emoções, que são essenciais ao seu desenvolvimento, dentre elas destacam-se: a alegria, a raiva, o medo, o terror, a tensão, a coragem, a esperança, o ódio, entre muitos outros aspectos que a história pode proporcionar.

Roberto (2014), cita que saber trabalhar com as riquezas que tem dentro do livro, pode proporcionar mudanças tanto para o professor quanto para o aluno. Segundo a autora, o trabalho do professor deve estar sempre vinculado às atividades lúdicas e artísticas, pois isso contribui para que a aprendizagem dos sujeitos seja prazerosa, além disso, as atividades com histórias estimulam a imaginação e a criatividade da criança ao mesmo tempo que explora novos conhecimentos ao despertar a observação e atenção.

Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (2008), as crianças aprendem a partir de informações provenientes de diversos tipos de intercâmbios sociais e a partir das próprias ações. Um instrumento ideal para proporcionar esse aprendizado, segundo o Referencial, é quando as crianças presenciam diferentes formas de leitura realizadas pelas pessoas que fazem parte do seu contexto social. Dentre essas leituras destaca-se a contação de histórias.

Levando em consideração os fragmentos presentes no referencial, percebemos que a arte de contar histórias no âmbito educacional especificamente na Educação Infantil, proporciona um aprendizado para as crianças. Márcia Lisboa (2014), defende que ler ou ouvir histórias é abrir as janelas para novos mundos e experiências, algumas próximas da realidade, quase palpáveis e outras fantásticas tão distantes que arrebatam o público infantil, que se entrega aos sentimentos que lhe são oferecidos.

Em outra matéria produzida pela autora, ela argumenta que quando nos colocamos na posição de contadores de histórias, realizamos um passeio pelo mundo do desenvolvimento e da aprendizagem. Na posição de contadores, nós somos capazes de criar laços afetivos com os nossos alunos, mostramos que eles são importantes, pois mergulhamos em seu mundo, um mundo de fantasia que acaba sendo valorizado por nós.

A arte de contar histórias proporciona um enorme prazer para as crianças da Educação Infantil, os recursos que podem ser utilizados na execução desse momento, como caixas coloridas, objetos que fazem parte da história ou outros itens possuem grande significado e importância no trabalho a ser realizado com as crianças desse nível de ensino. Isso se deve ao fato de que nessa fase o material lúdico possui grande interferência no processo de aprendizagem, conforme diz, Santos (1997), no mundo lúdico a criança encontra equilíbrio entre o real e o imaginário, alimenta sua vida interior, descobre o mundo e torna-se operativa.