Os compositores João Nogueira e Paulinho Soares arrematavam uma pérola carnavalesca para o Clube do Samba no restaurante Alcazar, em Copacabana, onde o bloco hoje desfila (à época, foliava na Rio Branco). Lá pras tantas João se levantou para ir ao banheiro, quando casal na mesa próxima o reconheceu:
– É ele, né?
– É. Com certeza.
– Gente! De perto assim não tem quem diga.
***
Calçadas de Paraty. Chico Buarque caminhava acompanhado de um amigo, depois de participar de encontro na Flip.
A moça, na esquina:
– Queria ser uma dessas pedras, para ser toda pisadinha por ele.
Como diria o Anselmo, há testemunha. No caso, eu mesmo.
***
Solicitamos uma entrevista para a revista “Bundas” Ao Zeca Pagodinho. Ele concordou e marcou para as sete e trinta da manhã (?).
Na hora combinada, estávamos em Xerém: eu, Jaguar, o fotógrafo Fred Rozário e o motorista seu Nilton. Zeca nos esperava na porta do seu sítio, já com um copo de cerveja na mão. Entramos, sentamos, brindamos, começamos o papo e duas horas depois estávamos no bar de um vizinho e amigo do anfitrião, beliscando linguicinha frita.
Fiz a pergunta em off:
– Por que você começa tão cedo?
Resposta:
– Pro dia render mais.
Não ousei perguntar a que rendimento ele se referia.
***
Eu tomava uma sopa de madrugada no Largo do Machado, em um bar chamado Sunset (esquina com Rua do Catete), quando vi do outro lado da rua o jornalista e escritor Ivan Lessa, saindo do Restaurante Lamas, em seu endereço original.
Fã de carteirinha do genial cronista e frasista, editor do “Pasquim”, atravessei a via disposto a puxar uma conversa qualquer, na maior cara-de-pau. Quando cheguei a dois metros de distância Ivan me deu as costas, entrando novamente no Lamas, resmungando:
– Frio da porra!
***
Saímos da casa de Aldir Blanc, depois de um bate-garrafas por motivo que já não lembro. Era eu, a cantora Cristina Buarque, o produtor cultural e cantor Didu Nogueira e o violonista Jorge Simas.
Insaciáveis, paramos na Conde de Bonfim para uma saideira e depois fizemos sinal para o táxi, rejeitado por Cristina:
– Vão vocês! Eu vou pegar um ônibus.
– Por que, menina? Vamos todos para a Zona Sul.
E ela, na latinha:
– Prefiro seguir só. Vocês são chatos pra cacete!