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A primeira versão do conto Branca de Neve e os Sete Anões


Publicado em: 02/07/2015 - 00:07:00
Fonte: Silvana Carneiro


    Antes que o conto Branca de Neve e os Sete Anões pudesse ser transmitido de forma escrita pelos irmãos Grimm, a tradição oral já existia entre os povos mais velhos que faziam parte da população alemã. Para alguns estudiosos como Dr. Karlheim Bartels (1990), um pesquisador de Branca de Neve que escreveu o livro em alemão Schneewittchen – Zur Fabulologie des Spessarts, essas histórias são peças fundamentais para compreendermos a história, afinal, os irmãos Grimm pesquisaram relatos em documentos antigos e recolheram contos entre a população da Alemanha para preservar as histórias tradicionais do seu país.
    A partir desses relatos colhidos pelos irmãos Grimm entre a população alemã algumas histórias contribuíram para a elaboração do conto. A primeira teve início no século XVI a partir da biografia de Margarete Von Waldeck, uma princesa.  Segundo relatos orais, por volta de 1500 essa garota vivia em uma cidade mineira no noroeste da Alemanha. Nesta cidade, as crianças trabalhavam na mina por conseguirem passar melhor pelos acessos apertados e túneis estreitos. Estas ficavam muito estranhas e subnutridas, já que trabalhavam muito e as reações químicas que elas realizavam para separar os metais e pedras preciosas das paredes das minas naquela época eram altamente tóxicas. O que as deixaram diferentes e muitas vezes consideradas anormais quando comparadas a outras crianças daquela época.  Com o passar dos anos, essas crianças acabaram se transformando em pequenos homens, que seguidamente seriam considerados anões.
    Devido a problemas e desentendimentos com a nova esposa de seu pai, Margarete, aos 17 anos, foi morar em Bruxelas. Chegando lá, sua beleza logo chamou atenção de Filipe II, rei da Espanha naquela época. Contudo, isso começou a incomodar várias pessoas do reino, pois não aceitavam a hipótese de Margarete se casar com Felipe II. A princesa então ficou gravemente doente e muitas pessoas achavam que ela podia estar envenenada, seu manuscrito antes de morrer aos 21 anos, segundo relatos traziam as seguintes palavras: a tremedeira é um sintoma do envenenamento, com isso as pessoas confirmaram ainda mais o que haviam pensado.  Contudo, não existem provas concretas sobre a sua morte, o que se sabe é que, se foi de envenenamento, a madrasta não poderia ser culpada, pois a mesma morreu antes de Margarete. 
    Outra jovem que também possuía desavenças com a sua madrasta e que pode ter contribuído para alguns detalhes do conto foi Maria Sophia Margaretha Catharina Von Erthak. Ela nasceu em 1729 e cresceu em um castelo de Lohr, também na Alemanha, juntamente com o seu pai, o príncipe Philipp Christoph Von Erthak e sua esposa, a madrasta de Maria Sophia. Conta-se, ainda, que a garota foi maltratada no castelo em que vivia, por sua madrasta que coincidentemente possuía um espelho mágico presenteado pelo príncipe Philipp Christoph Von Erthak, seu esposo.
    Percebe-se que os irmãos Grimm basearam-se nessas histórias reais do povo alemão para escrever os seus contos, dentre eles Branca e os Sete Anões. Contudo, a primeira versão da história criada por eles sofreu diversas modificações devido a influência da Disney. Essa primeira versão é bastante diferente daquela que muitos de nós escutamos durante a nossa infância.
    Para a realização do trabalho de campo, escolheu-se trabalhar com a primeira versão do conto, elaborada pelos irmãos Grimm, já que é desconhecida por muitos adultos os que consequentemente fazem com que as crianças não conheçam. A decisão ocorreu, pois a ideia era prender atenção dos sujeitos e em seguida solicitar que estes fizessem um desenho sobre a história contada para que assim pudéssemos perceber como a história contribui para o aprendizado e quais os efeitos de sentidos são provocados e representados através do desenho. O objetivo de não repetir algo que as crianças já conhecessem e para que elas pudessem representar através dos desenhos uma história que para elas seria nova.
    Na primeira versão dos Grimm, transcrita por Lima (2005) (Anexo A) Branca de Neve é desejada antes mesmo de vir ao mundo, no momento em que sua mãe costura próxima a uma janela e espeta o dedo na agulha e ao ver a gota de sangue cair sobre a neve deseja: Oh, Deus! Eu ficaria tão feliz se me desse uma filha branca como a neve, o rosto corado como o sangue e os cabelos pretos como o ébano, pouco tempo depois Deus atendeu ao seu pedido dando-lhe uma filha a quem a rainha chamou de Branca de Neve. Contudo, quando a menina ainda estava pequena, a rainha morreu, deixando-a órfã e o rei voltou a se casar. A nova rainha era bela e orgulhosa e havia ganhado de presente de uma fada um espelho mágico que respondia todas as suas perguntas sobre a própria beleza. Quando Branca de Neve tinha sete anos, o espelho disse a rainha que Branca de Neve era a mais bela de todas, o que a deixou furiosa e então decidiu fazer a sua enteada desaparecer. Para isso, a rainha ordenou ao caçador que levasse a garota para a floresta e no meio do bosque a matasse e como prova trouxesse o seu coração. Porém, comovido com o choro e a súplica da garota ele decidiu poupar a sua vida na condição dela nunca mais voltar ao palácio, como prova de que ela estava morta, levaria para a rainha o coração de um veado. E assim foi feito.
    Branca de Neve fugiu pela floresta e encontrou uma casa pequena, com móveis e utensílios que pareciam ser destinados a crianças. Os donos da casa voltaram do trabalho, eram sete anões de barbas compridas e gorros vermelhos que trabalhavam em um minério. Ao ver a beleza da garota e comovidos pela sua história os anões convidaram Branca de Neve para morar com eles.
    Passado algum tempo, a rainha consultou novamente o espelho que voltou a afirmar que Branca de Neve continuava sendo a mais bela e ainda informou onde ela estava morando. A rainha, com muita raiva, decidiu ela mesma acabar com a vida da garota. Diferente das versões que muitos de nós escutamos, a rainha não matou Branca de Neve na primeira vez com uma maçã envenenada, a primeira vez que ela se dirigiu a casa dos anões foi disfarçada de vendedora de vestidos, que ao convencer a garota a experimentar apertou tanto as cintas que ela ficou sem ar e acabou desmaiando.  Quando os anões chegaram em casa, afrouxaram as cintas do vestido e Branca de Neve voltou a respirar.
    A segunda tentativa da madrasta em matar a garota é quando ela consulta novamente o espelho e ao saber que Branca de Neve continua viva, decide envenená-la com um pente. Ao se disfarçar de vendedora, a madrasta insistiu que a menina a deixasse pentear os seus cabelos. Não aguentando tanto pedido e achando que a pobre senhora nada faria para prejudicá-la, Branca de Neve aceita e quando a velha crava o pente em sua cabeça ela cai no chão desmaiada.  Quando os anões voltaram para a casa e encontraram a garota naquele estado procuraram a causa até que encontraram o pente, ao retirá-lo do cabelo, ela acordou e voltou em si.
    A terceira e última tentativa de matar Branca de Neve é a que muitos de nós conhecemos: a maçã envenenada. Após tentar diversas vezes matar a garota e não conseguir, a rainha decidiu preparar uma atraente maçã envenenada, vestiu-se de vendedora e foi até a casa dos anões. Ao conseguir fazer com que Branca de Neve comesse um pedaço, a rainha volta para o castelo feliz e a garota fica caída no chão. Os anões ainda tentaram reanimá-la, mas desta vez não havia nada que pudesse ser feito.
    Por achar que Branca de Neve estava morta, os anões colocaram em um caixão de vidro e a carregaram até uma gruta que havia na montanha. Em um dia de sol, um príncipe passou por ali e implorou aos anões para que pudesse levá-la consigo para admirar seu rosto todos os dias.
    Diferente da versão que conhecemos, Branca de Neve não desperta com um beijo do príncipe, mas sim com um tropeço que um dos serviçais levou enquanto carregava o seu caixão. Esse fez com que o caixão caísse e o pedaço da maçã que estava na sua garganta voasse e assim Branca de Neve acordou e foi pedida em casamento pelo príncipe.
    No dia do casamento, a rainha voltou a perguntar ao espelho quem era a mulher mais bela do reino e sua raiva foi grande ao saber que Branca de Neve era a mais bela e que estava se casando naquele dia.
    A rainha foi convidada, viu pessoalmente a noiva e saiu do castelo enfurecida. Branca de Neve a perdoou e a madrasta se arrependeu de todo mal que havia feito e atirou para longe o espelho mágico, com tal fúria que o quebrou.
    Podemos encontrar em outros livros uma complementação para esse final. Em alguns deles, a rainha ao sair da festa tropeça em um par de botas que estavam em brasa e começa a dançar a noite toda até morrer. Porém, a encantatória: E foram felizes para sempre é encontrada em todas as versões da história.

REFERÊNCIAS

    Branca de Neve: Apenas um conto de fadas, ou não? Disponível no Blog Diário Insano.
    Baseado em fatos reais: 10 personagens inspirados por pessoas que existiram. Disponível no site Fala Cultura
    Branca de Neve: Apenas um conto de fadas, ou não? Disponível no Blog Diário Insano.



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