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A SÍNDROME DE DODÔ E OSMAR


Publicado em: 16/01/2015 - 00:01:00
Fonte: Hugo Navarro/Folha do Norte


    O velho Paulino Chaves, Avaliador Judicial, brigado com Carlos Valadares por que aquele advogado, presidente da Assembléia Legislativa e Governador, não o procurava em seu escritório; que em certa época, Delegado, tinha gabinete de teto cheio de gaiolas  de passarinhos a despejar água, alpistes e outros elementos orgânicos e ecológicos sobre autos, papeis, arquivos, livros, indiciados, policiais, advogados e escrivães, e em seu arsenal conservava pequeno  Smith & Wesson  somente para a missa domingueira, dizia que homem precisa de três coisas básicas: guarda-chuva, mulher e espingarda. O primeiro, por motivos óbvios, mulher para quebrar o galho e espingarda porque sempre pode aparecer algum cachorro doido por aí.
    A juventude daquele tempo (anos 40/60), entretanto, queria mais. Almejava emprego, negócio, casa, família, rádio Phillips, bicicleta Raleigh, paletó “caixão”, sapato “canoa” e, se Deus ajudasse, um Jeep velho para facilitar as andanças amorosas. Ler, escrever e contar, somente o necessário para a sobrevivência, que mais não era preciso, mesmo porque o trabalho começava cedo.
    Transformações inimagináveis atingiram, desde então, a humanidade. Todos os ramos de atividade vêm sofrendo o impacto, quase diário, de descobertas, invenções, loucuras, tecnologias e avanços científicos. A eletrônica comanda a caminhada humana, suas conquistas e revelações. Tudo, no planeta, a partir dos micróbios, abrangendo a totalidade dos bichos, notadamente baleias, jacarés, papagaios, macacos e humanos, passou para o controle de técnicos, inclusive a Economia e a Educação, campo este em que se realiza, no Brasil, gigantesca reforma, com a propagação de cursos universitários destinados, em pouco tempo, a superar, em número, as escolas de primeiro grau, de modo que  começar na universidade e terminar nas primeiras letras em breve  será o caminho normal dos estudantes brasileiros.
    A velocidade das mudanças afetou, profundamente, as aspirações da juventude. Por força das novidades e manobras educacionais os jovens, hoje, em número crescente, nada mais desejam do que carros para encher de equipamento sonoro capaz de arrebentar tímpanos e conduzi-los às esquinas, porta de bares e qualquer lugar onde possam causar sofrimentos à população, imitando certas casas noturnas e algumas santas igrejas  que insistem em meter a Bíblia,  à força, pelos ouvidos,  na cabeça de pecadores  renitentes.
    É novo fenômeno social que já virou moda, a síndrome de Dodô e Osmar. Não basta, para a juventude, ir atrás. O ideal, a suprema aspiração é ter trio-elétrico próprio e sofisticado, para atormentar o próximo e todos os que  teimam em permanecer na ignorância e no atraso.



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