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A SALVAÇÃO DA PÁTRIA


Publicado em: 15/08/2014 - 00:08:07
Fonte: Hugo Navarro / Folha do Norte


    A tramitação de projeto de lei, o “Plano Municipal da Juventude”, certamente destinado a livrar os nossos jovens de todos os males presentes e futuros e ainda lhes garantir a salvação da alma, tem provocado mais ou menos acaloradas e tensas discussões na Câmara, distúrbios  causados por um tal art. 17, que segundo o noticiário trata do LGBT, e, como consequência, aborda tema     que dominou a mídia durante algum tempo, o casamento gay, mas vem sofrendo natural arrefecimento como acontece com os assuntos que decaem do interesse ou da curiosidade do povo.
    União entre pessoas é coisa que tem existido em todos os tempos, com finalidades diversas, a maioria das vezes sob o império da lei, diante da proclamada liberdade de contratar, que é quase infinita e está incluída, nos regimes democráticos, no conjunto de direitos humanos ou direitos individuais do cidadão.
    Os desentendimentos da Câmara estão intimamente ligados à orientação de ordem religiosa. Os protagonistas principais são dois evangélicos, um acusando o outro de se manifestar favoravelmente ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, que entre protestantes parece ser gravíssimo pecado  e desvio capaz de levar o infrator ao lugar mais desmoralizado dos últimos tempos, que quase ninguém leva mais a sério, o Inferno, principal comitê do Diabo, que já foi motivo de terror de muita gente, inclusive de pessoas ajuizadas.
    Acreditamos que dar o nome de casamento à união de pessoas do mesmo sexo não passa de exagero, em que se força demasiadamente a barra em busca de igualdade,  que não pode existir, mas tem encontrado apoio dentro e fora do país naturalmente da parte de interessados diretamente no problema  grimpados em cargos de relevo em mundo que está virando pelo avesso quase diariamente, com extrema e tão perigosa velocidade que ás vezes é difícil fazer a ligação  entre o que existe tradicionalmente, e o que se pretende estabelecer no presente como fato respeitável e coisa séria, mas  corre o risco de descambar para os caminhos do ridículo.
    Preferível seria conservar a palavra casamento somente para a união entre homem e mulher, conforme definição do civilista Sílvio Rodrigues: “Casamento é o contrato de direito de família que tem por fim promover a união do homem  e da mulher, na conformidade com a lei, a fim de regularem suas relações sexuais, cuidarem da prole comum e se prestarem mútua assistência”.
    Toda a zanga do vereador decorre do fato de colega, também religioso, ter se pronunciado  favoravelmente  à união gay, o que no seu entender é inadmissível e condenável procedimento,  naturalmente exigindo que  a Câmara  oriente suas decisões e debates pelas regras bíblicas, para salvar a pátria, sem excluir as figuras de Salomão e David, que o poeta Cristovam Barreto definiu como “dois velhos pecadores”,  que “vadios, tiveram mil amores e uma legião fizeram de meninos”.
    O vereador zangado dá a entender que deseja, para este país, uma teocracia. No decorrer da História encontramos sempre esforços humanos para aumentar o poder de Deus, às vezes transformados em puxa-saquismo interesseiro, que a divindade não pediu e de que não precisa.
    Os exemplos de teocracia, atuais e passados, são apavorantes conforme ainda hoje acontece entre o estado de Israel e os habitantes da Faixa de Gaza, no Iraque e em outros países da Oriente Médio. Todo mundo sabe que malandros estão lucrando, como sempre, com os morticínios, mas o motivo que aparece é a crença religiosa.
    Melhor seria que a Câmara, junto com os problemas locais,  prestasse atenção ao que se passa no país, ameaçado  de recessão braba e desemprego iminente  e deixasse questões religiosas para as igrejas.



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