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O CRISTÃO CHAMBERLAIN


Publicado em: 18/07/2014 - 09:07:25
Fonte: Hugo Navarro - Folha do Norte


    Quem, hoje, testemunha a tolerância existente entre as diversas religiões, cultos e crenças nem de longe pode imaginar que o monopólio para arrancar almas das garras e da malvadez do demônio  já deu em guerras intermináveis, ódios sangrentos,  fogueiras para torrar pessoas, assassinatos, traições, banimentos, perseguições, atenazamentos e outros tipos de desgraças cuja história todos deveriam  conhecer.
    Atualmente vemos solenidades ecumênicas, elogios recíprocos e até atabaques de candomblé fazendo soar seus heréticos ritmos dentro de igrejas. Restos daquelas lutas ainda há na Irlanda e na  Palestina do Arafat, mas que nada representam diante da dimensão  da violência  de que a humanidade tem sido vítima nas brigas entre  salvadores de almas.
    Tudo, entretanto, tem suas vantagens. As incursões cristãs contra os israelitas e nas cruzadas, beneficiaram os fabricantes de “cintos da castidade”, e, muito mais, os serralheiros que faziam chaves para abrir  aqueles engenhosos artefatos.
    A cidade do Salvador  é outro exemplo. Seu comércio, na época da perseguição aos judeus cresceu enchendo-se de casas com nomes de santos, o que impressionou  viajantes  que a tinham por comunidade extremamente devota, sem saber que o grande número de judeus que fugiam da Europa temendo  fogueiras e  confiscos da Inquisição chegavam à Bahia e instalavam negócios, para fugir de suspeitas de heresia, sob a proteção do  “Flos Sanctorum”.
    Há menos de meio século candomblés eram perseguidos pela polícia, a que prestavam contas e pagavam taxa. De vez em quando candomblezeiros entravam em cana e todos os pertences do culto, inclusive galinhas e bodes,  apreendidos, eram levados, na cabeça, até a delegacia, pelos membros do  terreiro,  passando a engordar a mesa de delegados,  investigadores e outros que tais.
    O primeiro protestante a chegar a esta cidade com intenção de permanência e de instalação de culto foi o norte-americano George W. Chamberlain, que faleceu em Salvador em 31 de julho de 1902. Era presbiteriano. Aqui fundou igreja e o “Colégio Americano” “muito pouco freqüentados”, conforme noticiou “O Progresso” de 10 de agosto de 1902. Segundo o mesmo jornal, Mr. Chamberlain e família “aqui tiveram que enfrentar a hostilidade de nossa gente, sempre muito católica”.
    Em 1899 epidemia de febre amarela, que antes de matar nunca pergunta sobre a religião das vítimas, quase dizima o pequeno grupo de protestantes de Feira, o que foi havido, pela maioria do povo, como “castigo divino e aviso do céu”.
    Acometida da febre morreu, em 22 de agosto de 1899, a paulista Eulália Silva Cunha, professora do “Colégio Americano”. Negaram-lhe sepultura. A custo consentiram que seu corpo recebesse abrigo em área reservada aos acatólicos no “Cemitério Piedade”.
    Lá para os anos 30, até começo dos 40, nesta terra ainda se organizavam procissões para apedrejar igrejas cristãs e ofender moralmente seus membros.
    Hoje, para felicidade geral, todas as religiões, cultos e crenças vivem em harmonia visando a um só e exclusivo interesse, o de despachar almas à salvação, o que  é  tarefa para ser louvada.



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